Demanda de inclusão da educação alimentar e nutricional nos currículos escolares é encaminhada ao governo federal por organizações e movimentos sociais.

Recentemente, uma demanda encaminhada ao governo federal pelo Observatório da Alimentação Escolar destacou a importância de ensinar crianças e jovens a se alimentarem de forma saudável. Este grupo, composto por 23 organizações e movimentos sociais, ressalta a necessidade de incluir a educação alimentar e nutricional em todas as disciplinas escolares, desde biologia até matemática.

A recomendação é que o Ministério da Educação (MEC) inclua conteúdos sobre alimentação e nutrição nos livros didáticos fornecidos gratuitamente às escolas públicas. A inclusão desses temas nos currículos escolares foi estabelecida por lei federal em 2009 e reforçada por um decreto posterior, visando promover uma alimentação adequada para crianças e adolescentes. No entanto, um levantamento realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) revelou que, nos livros didáticos, a alimentação e nutrição são abordadas de forma limitada, focando apenas em seus aspectos biológicos.

Para contornar essa questão, a Uerj, em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), desenvolveu uma matriz curricular com sugestões para abordar o tema da alimentação de forma interdisciplinar em todas as faixas da educação básica. A nutricionista Giorgia Russo, que faz parte do comitê consultivo do Observatório, destaca a importância de uma formação adequada dos educadores para que a inclusão dessa temática nos currículos não seja vista como um fardo, mas sim como uma ferramenta de apoio para os alunos.

Além da alimentação saudável, outra novidade nos currículos escolares é a inclusão obrigatória de temas como mudanças climáticas e proteção à biodiversidade. A Lei sancionada recentemente pelo presidente Lula determina que esses conteúdos sejam incluídos na educação ambiental, que já é obrigatória nas escolas desde 1999.

A inserção do estudo das mudanças climáticas nos currículos ganhou força devido ao aumento de eventos extremos relacionados ao clima, como as enchentes no Rio Grande do Sul. No entanto, uma pesquisa realizada pela Associação Nova Escola revelou que muitos professores enfrentam dificuldades para abordar esse tema em sala de aula, principalmente devido à falta de formação e recursos adequados. Esses desafios evidenciam a importância de um planejamento consistente e de apoio aos educadores para que possam transmitir esses conhecimentos de forma eficaz aos estudantes.

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