Após verificar o recipiente no dia seguinte, Klug se surpreendeu com a coloração escura da água da chuva coletada, algo que ele próprio descreve como “a coisa mais triste”. A chuva preta não se restringiu apenas a Pelotas, sendo observada em diferentes municípios próximos, como Arroio Grande, São Lourenço do Sul e São José do Norte, além da região de fronteira com o Uruguai.
A origem desse fenômeno meteorológico está associada à fumaça das queimadas que cobrem o Rio Grande do Sul e a massa de ar frio proveniente da Argentina e do Uruguai. A fuligem, composta por nanopartículas de carbono negro resultantes da queima incompleta de combustíveis fósseis e materiais orgânicos, acaba se misturando à água e formando a chuva preta.
Apesar do impacto visual e de sujeira sobre as superfícies, meteorologistas afirmam que a chuva preta não é necessariamente tóxica, mas sim um fenômeno contaminado. A população, no entanto, deve manter a precaução e evitar pânico, buscando consumir água filtrada.
A ocorrência desse fenômeno alarmante no sul do Brasil ressalta a vulnerabilidade da população diante das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Autoridades recomendam medidas preventivas, como evitar atividades ao ar livre e manter-se hidratado, diante da piora da qualidade do ar causada pela fumaça das queimadas.
O caso da chuva preta em Pelotas e região serve como alerta para a importância da preservação ambiental e da conscientização sobre as práticas agrícolas responsáveis, buscando evitar a associação direta entre o agronegócio e as queimadas. A população deve se manter informada e adotar medidas de cuidado com o meio ambiente para minimizar os impactos desses fenômenos climáticos extremos.