Chuva preta causa preocupação em moradores do Rio Grande do Sul devido à fuligem carregada pela fumaça das queimadas.

O pecuarista Tiago Klug, residente em Pelotas, no Rio Grande do Sul, realizou um teste no último domingo (8) que tem chamado a atenção das autoridades e da população local. Em meio ao fenômeno conhecido como chuva preta, Klug decidiu colocar um recipiente limpo no quintal de sua casa para coletar a água da chuva e investigar a presença de partículas escuras incomuns.

Após verificar o recipiente no dia seguinte, Klug se surpreendeu com a coloração escura da água da chuva coletada, algo que ele próprio descreve como “a coisa mais triste”. A chuva preta não se restringiu apenas a Pelotas, sendo observada em diferentes municípios próximos, como Arroio Grande, São Lourenço do Sul e São José do Norte, além da região de fronteira com o Uruguai.

A origem desse fenômeno meteorológico está associada à fumaça das queimadas que cobrem o Rio Grande do Sul e a massa de ar frio proveniente da Argentina e do Uruguai. A fuligem, composta por nanopartículas de carbono negro resultantes da queima incompleta de combustíveis fósseis e materiais orgânicos, acaba se misturando à água e formando a chuva preta.

Apesar do impacto visual e de sujeira sobre as superfícies, meteorologistas afirmam que a chuva preta não é necessariamente tóxica, mas sim um fenômeno contaminado. A população, no entanto, deve manter a precaução e evitar pânico, buscando consumir água filtrada.

A ocorrência desse fenômeno alarmante no sul do Brasil ressalta a vulnerabilidade da população diante das mudanças climáticas e da degradação ambiental. Autoridades recomendam medidas preventivas, como evitar atividades ao ar livre e manter-se hidratado, diante da piora da qualidade do ar causada pela fumaça das queimadas.

O caso da chuva preta em Pelotas e região serve como alerta para a importância da preservação ambiental e da conscientização sobre as práticas agrícolas responsáveis, buscando evitar a associação direta entre o agronegócio e as queimadas. A população deve se manter informada e adotar medidas de cuidado com o meio ambiente para minimizar os impactos desses fenômenos climáticos extremos.

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