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Suspensão da divulgação de relatórios salariais é mantida pela Justiça Federal após decisão favorável à Fiemg

A Justiça Federal decidiu nesta quarta-feira (11) manter suspensa a exigência legal para que empresas com mais de 100 funcionários publiquem em seus sites ou redes sociais cópias dos relatórios ministeriais sobre transparência salarial e critérios remuneratórios corporativos. A decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 6ª Região foi tomada em resposta a um pedido da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que contestou a validade do Decreto nº 11.795/2023 e da Portaria nº 3.714/2023, que regulamentam a Lei da Igualdade Salarial.

Segundo o TRF-6, a tutela provisória permanece em vigor, suspendendo os deveres das empresas e do ministério. A Fiemg argumentou que a divulgação dos relatórios ministeriais expõe informações pessoais dos funcionários e dados estratégicos das empresas, além de contestar a veracidade dos dados apresentados nos relatórios. A entidade ressaltou que os dados são antigos e distorcidos, não refletindo a política atual de isonomia salarial das empresas.

Apesar da decisão judicial, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) continuou a exigir que as empresas preencham o Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios até 31 de agosto. O MTE informou que não foi oficialmente notificado da decisão do TRF-6 e que a Lei da Igualdade Salarial continua em vigor, determinando a republicação dos relatórios pelas empresas sob pena de multa administrativa.

Até o prazo estipulado, cerca de 31.936 empresas enviaram o Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, conforme informações fornecidas pela Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Os dados fornecidos incluem planos de cargos e salários, critérios de remuneração baseados na experiência profissional e políticas de promoção de mulheres para cargos de chefia, complementando as informações da Rais de 2023.

A Fiemg solicitou a correção das notícias publicadas pelo MTE e reiterou que a entrega obrigatória dos relatórios permanece suspensa por decisão judicial. O ministério, por sua vez, afirmou que aguarda a notificação oficial da Justiça e que a fiscalização sobre a publicação dos relatórios continuará sendo intensificada. A polêmica continua e as empresas aguardam novos desdobramentos sobre a questão da transparência salarial e dos critérios remuneratórios corporativos.

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