Essa não é a primeira vez que a capital paraibana se vê envolvida em investigações da PF. Em maio deste ano, a Operação Mandare também foi deflagrada para investigar possíveis vínculos do crime organizado com a administração municipal. Na ocasião, havia suspeitas de que membros do tráfico exerciam influência em secretarias específicas, como Direitos Humanos e Saúde, esta última sob o comando de Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena, que está em busca da reeleição.
Além disso, João Pessoa tem sido palco de episódios de violência durante as eleições. Recentemente, em agosto, o candidato Ruy Carneiro (Podemos) precisou cancelar uma atividade de campanha devido a ameaças do tráfico, que também envolveram os moradores locais. Segundo relatos, as ameaças partiram do traficante Sapoti, que estava encarcerado e ordenava ações de dentro da prisão. Antes de ser preso em 2022, Sapoti chegou a atuar como segurança na prefeitura.
A PF não divulgou informações sobre a origem dos contracheques encontrados durante a operação, tampouco se há funcionários municipais envolvidos nas investigações. Em nota, a prefeitura de João Pessoa afirmou que nenhum imóvel público foi alvo das buscas e lamentou as insinuações de envolvimento de autoridades do Executivo municipal com eventos ilícitos. Sobre os contracheques, foi ressaltado que a destinação do dinheiro é de responsabilidade do servidor após o recebimento.
Diante desse cenário, as investigações seguem em andamento, e novos desdobramentos podem surgir nas próximas semanas. A população de João Pessoa aguarda por esclarecimentos e medidas que garantam a lisura do processo eleitoral na cidade.
