Repórter São Paulo – SP – Brasil

Márcio Souza, o escritor da Amazônia: paixão pelas palavras desde criança, militância política e legado literário em 30 países.

O renomado escritor Márcio Souza, falecido aos 78 anos após uma crise de diabetes, teve uma vida marcada pela paixão pelas palavras e pelas artes. Nascido em uma família judaica em Manaus, ele aprendeu a ler antes mesmo de começar a escola, influenciado pela educação valorizada em sua casa.

Desde jovem, Souza nutriu um amor pela leitura, explorando a pequena coleção de livros de seu pai e tornando-se um ávido frequentador de livrarias. Sua sede por conhecimento o levou a consumir literatura não só em português, mas também em outras línguas, ampliando ainda mais seu repertório.

Além disso, o escritor teve uma forte ligação com as artes, frequentando cinemas, teatros e até mesmo atuando como crítico de cinema aos 13 anos. Sua mudança para São Paulo aos 17 anos, onde estudou ciências sociais na USP e se dedicou ao cinema, foi marcada por perseguições políticas durante a ditadura militar.

Apesar das adversidades, Souza retornou a Manaus em 1973 e iniciou uma bem-sucedida carreira literária. Seu primeiro romance, “Galvez, Imperador do Acre”, foi publicado aos 20 anos e ele seguiu escrevendo obras que foram traduzidas para mais de 30 países, incluindo “Lealdade” e “Mad Maria”.

Além de sua contribuição para a literatura, Márcio Souza também se destacou como diretor de teatro, presidente da Funarte e ocupante da cadeira 25 da Academia Amazonense de Letras. Sua atuação no cenário cultural brasileiro deixou um legado que será lembrado por muitas gerações. A morte do escritor em agosto deste ano deixou um vazio no mundo das letras, mas seu trabalho continua vivo e inspirador para todos aqueles que apreciam a literatura e a cultura amazônica.

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