Localizado sob o viaduto Paulo VI, o centro de reciclagem processa cerca de 85 toneladas de resíduos por mês, gerando um faturamento mensal de R$ 100 mil. Os materiais são cuidadosamente separados e compactados em fardos de até 250 quilos, prontos para serem vendidos a atravessadores e, posteriormente, destinados à indústria para reciclagem.
Fundada em 1989, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina, a Coopamare é fruto de um projeto de auxílio a moradores de rua idealizado pela OAF. Desde então, a cooperativa se tornou um símbolo de resistência e inclusão social, oferecendo cursos de formação aos cooperados e valorizando a profissão de catador.
No entanto, a luta da Coopamare vai além da reciclagem. A cooperativa enfrenta constantes pressões da Prefeitura para deixar o local, onde está estabelecida há mais de três décadas. Apesar da estabilidade jurídica do terreno cedido por tempo indeterminado, as negociações com o poder público ainda não garantiram a segurança da cooperativa em seu espaço atual.
Recentemente, a construção de um novo empreendimento imobiliário nas proximidades aumentou a pressão sobre a Coopamare, levando vereadores a tentarem convencer os catadores a deixarem o local. Ao longo dos anos, prefeitos como Paulo Maluf e José Serra tentaram desalojar a cooperativa, mas sem sucesso, graças ao apoio de figuras como o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns.
Apesar dos desafios, a Coopamare segue firme em sua missão de promover a inclusão social, sustentar 23 famílias e contribuir significativamente para a preservação do meio ambiente. Seu trabalho, essencial para a cidade, é um exemplo de determinação e comprometimento com a comunidade local. Enquanto aguardam a regularização definitiva de sua situação, os catadores da Coopamare continuam a desempenhar um papel fundamental na construção de uma cidade mais limpa e consciente.