Segundo a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (Prip), responsável pela habitação, a instalação das grades tinha como objetivo melhorar a infraestrutura do conjunto e proporcionar maior segurança para os moradores. No entanto, os estudantes acreditam que a medida proposta pela USP tinha como objetivo realizar uma varredura nos apartamentos, onde residem clandestinos. Estima-se que, dos cerca de 1.600 moradores do Crusp, cerca de 300 estão em situação irregular.
A AmorCrusp, Associação de Moradores do Crusp, defende a análise individual dos casos de ocupantes irregulares, sem a imposição de expulsões em massa. A interrupção do projeto de instalação das grades foi comemorada pela associação, que considerou a decisão uma vitória parcial do movimento, mas ressaltou a importância de permanecer em estado de alerta.
A USP, por sua vez, nega que a intenção da instalação das grades estivesse relacionada ao monitoramento de moradores clandestinos. A universidade garante que o acesso aos apartamentos continuará ocorrendo normalmente, com a apresentação da carteirinha pelos alunos e a devida autorização para entrada de visitantes.
Diante desse cenário de tensionamento entre a comunidade estudantil e a administração da USP, o debate sobre a segurança e a regularização da ocupação no Crusp permanece em pauta, com diferentes pontos de vista sobre a melhor abordagem para resolver a questão. A decisão de cancelar a instalação das grades representa um momento de conquista para os moradores, mas também aponta para a necessidade de continuar acompanhando de perto os desdobramentos dessa situação.