Presidente Lula promete criar autoridade climática em meio a queimadas e secas na Amazônia, mas esbarra em obstáculos no Congresso.

Em meio a um cenário preocupante de queimadas e secas nos rios da Amazônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), fez uma nova promessa de criar uma autoridade climática no Brasil. O anúncio foi feito durante uma reunião com prefeitos em Manaus, nesta terça-feira (10).

Lula destacou a importância de focar na adaptação e preparação para lidar com os fenômenos climáticos extremos que têm afetado o país. Para isso, o presidente planeja estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico-científico para dar suporte e articular a implementação das ações do governo federal nessa área.

No entanto, o presidente não mencionou metas ou prazos específicos para a criação do órgão, que foi uma promessa de campanha nas eleições de 2022 e que foi crucial para garantir o apoio de Marina Silva à sua candidatura. A efetivação dessa autoridade climática depende da aprovação do Legislativo, o que tem sido um obstáculo diante do atual cenário adverso no Congresso Nacional.

Inicialmente, o anúncio da criação desse órgão estava previsto para janeiro de 2023, porém, não ocorreu. A promessa foi adiada para março do mesmo ano, mas também não se concretizou. Desde então, o governo enfrentou dificuldades na sua relação com o Congresso e sofreu várias derrotas em sua política ambiental.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem sido vista como um obstáculo para a implementação de políticas de interesse do agronegócio, visto que a Frente Parlamentar da Agropecuária, com cerca de 300 deputados, é uma das maiores forças da Casa.

O momento em que Lula sinaliza para reforçar políticas ambientais é crítico, com a Amazônia enfrentando uma crise climática, secas nos rios e queimadas em áreas de floresta. Apesar disso, o presidente também prometeu retomar a construção da BR-319, rodovia que ligará Manaus a Porto Velho.

Essa rodovia, cuja construção foi iniciada durante a ditadura militar e posteriormente abandonada, é alvo de críticas de ambientalistas e comunidades indígenas, devido ao temor de facilitar o acesso de grileiros, garimpeiros e madeireiros ilegais à região.

Em julho, a Justiça Federal suspendeu a licença prévia concedida pelo governo de Jair Bolsonaro para a reconstrução da BR-319, atendendo a um pedido da ONG Observatório do Clima, que alegou falta de medidas para evitar a destruição da Amazônia. Diante desse cenário, a criação de uma autoridade climática torna-se ainda mais urgente para lidar com os desafios ambientais que o Brasil enfrenta.

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