Os números absolutos mostram que o Brasil investe menos por aluno do que a média dos países da OCDE. Enquanto o país desembolsa cerca de US$ 3.668 por aluno no ensino fundamental e US$ 4.058 no ensino médio, a média dos países da OCDE chega a US$ 11.914 e US$ 12.713, respectivamente. No ensino superior, o investimento por aluno no Brasil é de US$ 13.569, contra US$ 17.138 nos países da OCDE.
A parcela dos gastos públicos com educação em relação ao total do governo também diminuiu no Brasil, passando de 11,2% em 2015 para 10,6% em 2021. Apesar disso, os percentuais do Brasil ainda são superiores à média da OCDE, que teve uma ligeira redução de 10,9% para 10,0% no mesmo período.
Em relação aos salários dos professores, o Brasil também fica aquém da média da OCDE. O salário médio anual dos professores no ensino fundamental é de US$ 23.018, 47% abaixo da média dos países da OCDE. Além disso, os professores brasileiros trabalham mais horas do que a média da OCDE, com 800 horas anuais no ensino fundamental, contra 706 horas da média dos países membros.
A relação de alunos por professor no Brasil também é maior do que a média da OCDE, o que pode impactar a qualidade do ensino. Enquanto na OCDE há em média 14 alunos por professor nos anos iniciais do ensino fundamental, no Brasil esse número chega a 23. No ensino médio, a diferença é de 13 alunos por professor na OCDE e 22 no Brasil.
O relatório Education at a Glance fornece dados importantes para a comparação dos sistemas educacionais de diversos países. O Brasil participa do EaG desde a primeira edição, em 1997, e busca melhorar seus indicadores educacionais para se alinhar aos padrões internacionais. A OCDE, organização econômica com 38 países-membros, tem como objetivo promover o progresso econômico e o desenvolvimento sustentável. O Brasil, que era parceiro da organização até 2022, agora é candidato a se tornar um membro efetivo da OCDE.