Repórter São Paulo – SP – Brasil

Fumaça de queimadas cobre Ribeirão Preto e prefeitura monitora índices de umidade relativa do ar.

Ribeirão Preto, localizada a 313 km da capital paulista, amanheceu nesta segunda-feira (9) coberta por uma densa nuvem de fumaça, resultado dos incêndios que assolaram a região metropolitana no estado de São Paulo durante a segunda quinzena de agosto. Os municípios da região, conhecidos por serem grandes produtores de cana-de-açúcar, enfrentaram uma série de queimadas que resultaram no abandono temporário de imóveis, desabrigados, aumento de problemas respiratórios e ferimentos em animais.

A prefeitura de Ribeirão Preto está monitorando os índices de umidade do ar, que se encontram muito baixos, e a orientação é para que a população evite atividades físicas nos horários mais quentes do dia. O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) informou que não foram registrados focos de incêndio ativos no dia e que a prefeitura está em alerta total quanto à possibilidade de novas queimadas surgirem.

Embora as aulas estejam sendo realizadas normalmente na região, as brigadas de incêndio das cidades estão preocupadas com a possibilidade de o tempo seco se agravar nos próximos dias. Oito cidades no estado registraram incêndios nesta segunda-feira, sendo duas delas, Pedregulho e Itirapuã, localizadas na macrorregião de Ribeirão Preto.

A Defesa Civil do estado renovou até esta terça-feira o alerta de risco elevado de incêndios em São Paulo. A situação crítica na região resultou não apenas em focos de incêndio em vegetação, mas também em ferimentos em animais. No Bosque e Zoológico Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, animais que foram afetados pelas queimadas estão sendo atendidos, como um tamanduá bandeira de Batatais e um lobo guará encontrado com ferimentos em Sertãozinho.

Em Belo Horizonte, onde não chove há 143 dias, a população convive com nuvens de fumaça provocadas por incêndios na região desde a última semana. A prefeitura está avaliando a situação e as unidades de saúde estão preparadas para atender a demanda da população. Medidas como evitar atividades intensas ao ar livre, ventilar e umidificar os ambientes, incentivar a ingestão de água, e o uso de máscaras por grupos sensíveis são recomendadas.

Dados do INPE revelam que o Brasil já registrou um número significativo de focos de incêndio neste ano, com a maior quantidade em 14 anos. A previsão é de que a fumaça permaneça sobre várias regiões do país até que chuvas regulares comecem. No entanto, não há previsão para chuvas desse tipo até meados de outubro.

A situação de fumaça proveniente das queimadas também afetou o Rio de Janeiro, onde os moradores relatam a presença de uma nuvem de fumaça tóxica encobrindo o céu da cidade. O estado de alguns pontos da cidade, entre esta terça e sexta-feira, não há previsão de chuva e os termômetros podem chegar a 37 °C, com umidade relativa do ar entre 21% e 30%. Os ventos serão fracos a moderados.

Em toda a região sul do país, a fumaça deve continuar a se espalhar devido aos incêndios florestais que assolam as áreas. O cenário, marcado por queimadas e baixa umidade, configura uma situação preocupante para a população e para o meio ambiente. A expectativa é de que a situação persista até a chegada de chuvas regulares em grande parte do Brasil.

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