Com empresas como Microsoft, Apple, Google, Amazon e Facebook liderando o ranking das mais poderosas do mundo, a influência dessas gigantes da tecnologia se estende por todo o planeta. O professor Amadeu destaca que essas empresas não buscam apenas lucro ao coletar dados das pessoas, mas também desejam exercer poder e influência sobre a política e as decisões governamentais.
Para Michael Kwet, autor do livro “Colonialismo Digital: O Império dos EUA e o Novo Imperialismo no Sul Global”, as corporações estrangeiras minam o desenvolvimento local, dominam o mercado e extraem a receita do Sul Global através da dominação da arquitetura digital. Essa situação confere aos Estados Unidos um imenso poder político, econômico e social.
Enquanto os EUA buscam manter sua liderança em inteligência artificial e proteger seus dados, países como o Brasil ainda enfrentam desafios para garantir sua soberania digital. A recente autorização da Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, para usar dados pessoais dos brasileiros para treinar sua inteligência artificial gerou controvérsias e levantou questões sobre a proteção dos dados no país.
Diante desse cenário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a criação de uma governança global da inteligência artificial e o desenvolvimento de uma IA do Sul Global para competir com os países desenvolvidos. No Congresso Nacional, o projeto de lei que regulamenta a inteligência artificial no Brasil enfrenta resistência de grandes empresas estrangeiras e da Confederação Nacional da Indústria, que temem um isolamento tecnológico do país.
Em suma, a questão do colonialismo digital e da soberania digital tornou-se um tema relevante e urgente no cenário mundial, exigindo esforços e políticas concretas para garantir a proteção dos dados e a autonomia dos países em desenvolvimento em meio à era da tecnologia globalizada.