Floresta Amazônica sofrendo com estresse hídrico devido ao aumento da atividade fotossintética durante a estação seca: estudo inédito.

A floresta amazônica, considerada a maior floresta tropical do mundo, enfrenta desafios durante a estação seca devido ao aumento da atividade fotossintética, o que gera estresse hídrico em suas plantas. O fenômeno do “greening”, que se manifesta com o crescimento do dossel das árvores e maior número de folhas, aumenta a perda de água devido à intensificação da fotossíntese.

Diferentemente do que era esperado com base em estudos anteriores, as plantas da floresta tropical amazônica estão experimentando momentos de estresse hídrico, mesmo com folhas perenes, que não caem durante a troca de estação. Esse desequilíbrio hídrico pode levar a secas prolongadas na Amazônia e a estiagens mais intensas, comprometendo a saúde da floresta.

Os resultados que indicam o estresse hídrico nas plantas amazônicas, mesmo com o aumento da vegetação, foram divulgados em um artigo científico publicado na revista Science Advances. Segundo Xu Lian, pesquisador do departamento de Engenharia Ambiental e da Terra da Universidade Columbia, em Nova York, as condições estressantes enfrentadas pelas plantas limitam seu acesso à água, priorizando o crescimento de novas folhas para aproveitar a luz solar.

A metodologia utilizada no estudo foi inovadora, envolvendo o cálculo da profundidade óptica vegetativa (VOD) a partir de dados de satélite. Essa técnica permitiu inferir o estresse hídrico nas plantas por meio da análise da diferença de atividade noturna e diurna, bem como da emissão de isopreno, um composto volátil gerado pela fotossíntese em situações de estresse hídrico.

A compreensão desses mecanismos é essencial para o desenvolvimento de políticas públicas que visem mitigar os impactos das secas e estiagens na Amazônia. O estudo também aponta para a necessidade de proteger a integridade da floresta, evitando o desmatamento, incêndios e outras atividades humanas que possam comprometer sua sustentabilidade.

No contexto brasileiro, o país enfrenta a pior seca da história, conforme apontado por relatórios do Inpe e Cemaden. Modelos preditivos baseados nos resultados da pesquisa de Xu Lian e sua equipe podem fornecer embasamento científico para reduzir os impactos do estresse hídrico na Amazônia no futuro.

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