Juros futuros cedem com expectativas para reunião do Copom e criação de empregos nos EUA abaixo do esperado

Os juros futuros apresentaram queda em meio ao cenário de Treasuries e um dólar global mais fraco. A expectativa de uma elevação da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro ainda estava presente, mas a perspectiva de um aumento de 0,5 ponto percentual perdeu força após declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, reforçando que qualquer ajuste será gradual. Além disso, o mercado recebeu apoio das declarações do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, que indicou um olhar mais atento às despesas a partir de 2025, sinalizando responsabilidade fiscal.

Nesta quinta-feira (6/9), o relatório ADP dos EUA reportou a criação de 99 mil empregos em agosto, número muito abaixo da previsão de 144 mil feita pelos analistas consultados pela FactSet. Essa notícia impactou negativamente os Treasuries, influenciando os contratos de Depósito Interfinanceiro (DIs), como avaliou Daniel Leal, estrategista de renda fixa da BGC Liquidez.

No cenário nacional, as expectativas seguem ligadas à reunião do Copom. Guillen reiterou as declarações feitas pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicando que qualquer ajuste será gradual. Luciano Telo, executivo-chefe de investimentos para o Brasil no UBS Global Wealth Management, aponta que o mercado interpreta essas declarações como uma boa chance de aumento de 0,25 ponto percentual na Selic neste mês.

Nesse contexto, a precificação da curva de juros reflete a expectativa de um ajuste de curto prazo, o que traz alívio aos vértices curtos. A percepção de que o Copom poderá elevar a Selic em setembro também impacta os contratos intermediários e longos, indicando maior confiança no cenário macroeconômico brasileiro a médio e longo prazo.

Vitor Oliveira, especialista em renda fixa da One Investimentos, ressalta que a responsabilidade fiscal é um fator que também contribui para a queda dos juros mais longos. Diante desse cenário, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 recuou para 11,665%, enquanto o contrato para janeiro de 2027 caiu para 11,650%. Já o vencimento para janeiro de 2029 encerrou a 11,795%.

O mercado financeiro segue atento às movimentações do Copom e às perspectivas econômicas, buscando sinais de estabilidade e responsabilidade fiscal para o futuro do país.

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