Alta nos incêndios florestais na Amazônia e Pantanal fazem disparar emissões de carbono, aponta levantamento do observatório Copernicus

Nos últimos meses, as regiões do Pantanal e da Amazônia estão enfrentando um aumento significativo nos incêndios florestais, o que está resultando em uma elevação nas emissões de carbono nesses locais, de acordo com um novo levantamento realizado pelo observatório Copernicus, da União Europeia. A seca intensa que tem assolado essas regiões favoreceu o aumento dos incêndios, levando a consequências alarmantes para o meio ambiente e para a saúde das populações locais.

No estado do Amazonas, os dados até o dia 3 de setembro já indicam um recorde anual de emissões por incêndios, chegando a 23,2 megatoneladas de carbono. Esse valor ultrapassou as emissões do ano anterior, que haviam sido de 22,7 megatoneladas, desde o início da série histórica em 2003. No Pantanal, os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também já superaram as emissões registradas nos últimos 21 anos até o começo de setembro.

Além disso, o pantanal boliviano também está sendo afetado pelos incêndios, com as emissões relacionadas a esses eventos já batendo o recorde do ano de 2024 nas medições do Copernicus. Ainda de acordo com o observatório, a temporada de incêndios na América do Sul tem sido classificada como “particularmente notável” devido à intensidade e abrangência dos focos de queimadas.

O clima seco tem contribuído significativamente para a propagação dos incêndios, e dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais indicam que o Brasil está enfrentando a pior seca desde o início da série histórica em 1950, com cerca de 58% do território afetado. A previsão para setembro não apresenta sinais de mudança nesse cenário, com temperaturas acima da média previstas para diversas regiões do país.

Os impactos dos incêndios vão além das emissões de carbono, afetando também a saúde das populações locais devido à propagação da fumaça e de poluentes. O governo do Acre já anunciou a suspensão das aulas nas escolas estaduais devido à intensidade da fumaça dos incêndios, e não há previsão para o retorno das atividades educacionais.

Diante desse cenário preocupante, é fundamental que sejam adotadas medidas urgentes para conter os incêndios, proteger o meio ambiente e garantir a saúde e o bem-estar das comunidades afetadas. O aumento das emissões de carbono nessas regiões é um reflexo das condições climáticas extremas e das atividades humanas descontroladas, evidenciando a urgência de ações efetivas para enfrentar as mudanças climáticas e proteger os ecossistemas naturais.

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