Repórter São Paulo – SP – Brasil

Fumaça e desolação: a crise climática em Rondônia que transformou Porto Velho em um dos piores lugares para se respirar

A região de Candeias do Jamari, em Rondônia, está sendo devastada por incêndios criminosos que têm gerado uma intensa onda de fumaça. As estradas de chão que cortam a floresta se assemelham a uma espinha de peixe quando vistas do alto por imagens de satélite. No entanto, ao observar o cenário de perto, a destruição é sentida em todos os sentidos.

Os ramais que dão acesso aos imóveis rurais e invasões ocupadas pelo gado levam até a Floresta Nacional de Jacundá, localizada a 65 km de Porto Velho, capital de Rondônia. Esse é um dos principais focos de origem das ondas de fumaça que estão invadindo a cidade há semanas, tornando-a um dos piores lugares do mundo para respirar. A qualidade do ar é considerada perigosa e voos têm sido cancelados devido à densidade da fumaça.

Segundo relatos, a região está tomada por posseiros, invasores, grileiros e produtores rurais que afirmam ser donos das áreas. O fogo consome o pasto e a vegetação seca, deixando um horizonte cinza e um cheiro defumado no ar. A situação é resultado da ocupação irregular e predatória da floresta, incentivada pelo governo local. O governador Marcos Rocha é um dos mais bolsonaristas da região e não tem adotado medidas efetivas para conter o avanço da destruição.

A situação se agrava devido à seca extrema e a outras condições climáticas adversas, como o El Niño e as mudanças climáticas. A degradação da Amazônia em diferentes pontos tem contribuído para a intensificação dos incêndios. A região está enfrentando uma crise ambiental sem precedentes, com a proliferação de focos de calor e uma densa densidade de fumaça.

A população local tem sofrido com problemas respiratórios e a vida na cidade tem sido impactada pelas condições climáticas desfavoráveis. Autoridades locais e moradores parecem indiferentes à crise e não reconhecem a relação entre a ocupação irregular da floresta e a ocorrência de incêndios. É urgente a tomada de medidas efetivas para conter a destruição ambiental e proteger a população da região.

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