Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ministério Público de Campinas pede prisão de ex-funcionária da Unicamp por desvio milionário de verbas da Fapesp

No dia de hoje, uma notícia chocou a comunidade acadêmica de Campinas. O Ministério Público da região solicitou à Justiça a prisão e a quebra do sigilo bancário de Ligiane Marinho de Ávila, ex-funcionária da renomada Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), investigada por desviar cerca de R$ 5 milhões em verbas da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

A prisão foi solicitada após Ligiane ser indiciada por suspeita de peculato no final do mês passado. O caso foi investigado no 7º Distrito Policial de Campinas e posteriormente encaminhado à Justiça em 22 de agosto. Rafael Azevedo, advogado de defesa da acusada, alegou que tentou diversas vezes marcar um depoimento por videoconferência, porém Ligiane não foi notificada para apresentar sua versão dos fatos.

Segundo informações obtidas pela reportagem, Ligiane deixou o país em fevereiro, um mês após o escândalo vir à tona, embarcando para a França. Uma auditoria da Fapesp revelou que mais de R$ 5 milhões passaram pela conta da ex-funcionária, referentes a projetos de pesquisa liderados por 36 renomados pesquisadores da instituição.

O desvio de verbas foi descoberto quando a Fapesp identificou irregularidades na prestação de contas de um dos pesquisadores do Instituto de Biologia da Unicamp, o que levou à investigação mais ampla. Durante a apuração, constatou-se que Ligiane, contratada pela Funcamp, era responsável pela prestação de contas dos projetos de pesquisa desde 2018.

Além disso, descobriu-se que Ligiane abriu uma microempresa na mesma época em que passou a lidar com as prestações de contas, emitindo notas fiscais falsas em nome da empresa para desviar o dinheiro destinado às pesquisas.

Este caso chocou não apenas a comunidade acadêmica da Unicamp, mas também levantou questões sobre a fiscalização e prestação de contas em instituições de pesquisa. Fica evidente a necessidade de um maior controle e transparência nos processos de liberação e uso de verbas governamentais em projetos de pesquisa. A Justiça agora terá a difícil tarefa de avaliar as provas e decidir sobre o futuro de Ligiane Marinho de Ávila e dos pesquisadores envolvidos neste escândalo.

Sair da versão mobile