Presença de facções criminosas atinge 14% da população brasileira, aponta pesquisa Datafolha. Maior impacto é nas grandes cidades e regiões metropolitanas.

No último ano, aproximadamente 23 milhões de brasileiros estiveram próximos de facções criminosas e grupos milicianos em suas vizinhanças, revelou uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pela Folha ao Datafolha. Esse dado alarmante representa 14% da população do país e levanta preocupações sobre a segurança e o controle exercido por esses grupos em diversas regiões.

O estudo entrevistou 2.508 pessoas acima de 16 anos em todas as regiões do Brasil, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os resultados apontaram que, embora a maioria dos entrevistados não tenha vivido diretamente a presença do crime organizado em seus bairros, a concentração desses casos foi observada principalmente nas grandes cidades, capitais e regiões metropolitanas.

Com um mapeamento que identificou pelo menos 88 facções criminosas atuando no país, a pesquisa mostrou que tanto o Primeiro Comando da Capital (PCC) quanto o Comando Vermelho têm influência em mais de 20 estados brasileiros. Essas organizações disputam o controle territorial especialmente em áreas estratégicas para o tráfico de drogas.

Além disso, a pesquisa revelou que moradores de capitais e de periferias metropolitanas são os mais afetados pela presença ostensiva do crime organizado, assim como indivíduos de pele preta e parda e pessoas mais jovens. Esses grupos relataram com mais frequência a presença de facções e milícias em suas comunidades, assim como a existência de cemitérios clandestinos e conhecimento de pessoas desaparecidas.

A descoberta de cemitérios clandestinos em algumas regiões, como o Jardim das Rosas, na zona sul de São Paulo, evidencia a brutalidade e o impacto do crime organizado na vida cotidiana das pessoas. O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) estimou em quase 6.000 o número de homicídios não registrados oficialmente em 2022, o que levanta questionamentos sobre a realidade da segurança pública no país.

Esses dados evidenciam a necessidade de políticas públicas eficazes para combater a atuação desses grupos criminosos, garantindo a segurança e a integridade dos cidadãos brasileiros em seus locais de moradia. A sociedade civil e as autoridades competentes devem unir esforços para enfrentar esse desafio complexo e proteger a população contra a violência e o domínio do crime organizado.

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