Não passou despercebida a ação das operadoras de internet que bloquearam a rede social X no Brasil nas primeiras horas de sábado (31), em cumprimento à decisão tomada por Moraes no dia anterior. O ministro havia ordenado a suspensão da plataforma após o bilionário Elon Musk, proprietário da empresa, desrespeitar o prazo de 24 horas concedido para indicar um representante legal no país.
As tensões entre Musk e Moraes remontam ao dia 17 de agosto, quando o bilionário anunciou o fechamento da sede da empresa no Brasil e acusou o ministro de ameaças. A decisão foi motivada pelos repetidos descumprimentos de determinações emitidas por Moraes, incluindo o bloqueio do perfil do senador Marcos do Val e de outros indivíduos sob investigação.
Em meio a esse contexto, Musk divulgou uma decisão sigilosa do ministro no momento em que anunciava a saída da empresa do Brasil. O documento revelava a recusa da rede social X em bloquear perfis e contas em um inquérito da Polícia Federal que investiga obstrução de investigações de organização criminosa e incitação ao crime.
A convocação da 1ª Turma do STF para analisar a suspensão da rede social X marca mais um capítulo nesse embate entre o poder judiciário e um dos maiores empresários do mundo, evidenciando a complexidade das relações entre liberdade de expressão, decisões judiciais e responsabilidade das plataformas digitais.