Os tupinambás acreditam que o manto é um “ancião” e o consideram um ser vivo, parte intrínseca de sua história e cultura. Eles esperavam estar presentes no momento da chegada do artefato ao Brasil, porém foram pegos de surpresa e não oficialmente avisados sobre o evento. Após a chegada, a cerimônia de apresentação do manto aos tupinambás foi adiada, gerando descontentamento por parte da comunidade.
A direção do Museu Nacional justificou que precisava adotar procedimentos necessários para a conservação adequada da peça antes de apresentá-la à sociedade. Além disso, afirmaram ter enviado um aviso por email aos integrantes do Grupo de Trabalho para o Acolhimento do Manto Tupinambá, do qual a cacique Jamopoty faz parte.
Diante da confirmação da cerimônia, uma comissão de tupinambás deverá chegar ao Rio de Janeiro no dia 7 de setembro. No entanto, momentos de tensão ocorreram durante reuniões entre lideranças indígenas e representantes do Museu Nacional, embora a instituição tenha negado qualquer conflito.
O manto, confeccionado com penas vermelhas de guará sobre uma base de fibra natural, chegou ao Museu Nacional da Dinamarca em 1689 e representa uma parte fundamental da memória do povo tupinambá. Considerado um item vivo capaz de conectá-los com seus ancestrais e práticas culturais passadas, o retorno do artefato ao Brasil é visto como uma conquista e uma oportunidade para celebração e união entre os brasileiros.