Essa simples frase gerou uma profunda reflexão em Chauí, que expressou sua agonia com a ideia de receber desejos religiosos de um desconhecido. Para ela, esse gesto simples demonstra a penetração do cristianismo evangélico em todas as esferas sociais, dos trabalhadores de aplicativos aos CEOs.
Durante a palestra, Chauí discutiu seu livro “A Patrística: Uma Introdução ao Nascimento da Filosofia Cristã”, que aborda a disseminação do cristianismo no período da Patrística, entre os primeiros e oitavos séculos depois de Cristo. Ela comparou a versatilidade do cristianismo na antiguidade e na atualidade, destacando como a religião se adaptou e se espalhou por várias camadas da sociedade.
De forma irreverente, a filósofa também analisou a instituição da Santa Ceia, fazendo piadas sobre as palavras de Jesus e os gestos associados a esse ritual. No entanto, sua abordagem recebeu críticas por sua aversão à religião cristã e sua falta de atualização bibliográfica em seu trabalho.
Apesar das polêmicas levantadas por Chauí, é importante ressaltar a importância do debate acadêmico sobre temas religiosos, independentemente das crenças pessoais dos pesquisadores. A integração da inteligência e da fé, como era evidenciado na Patrística, ainda é um desafio para a sociedade contemporânea, que busca conciliar conhecimento científico com convicções espirituais.