Após receber uma representação da organização Redes da Maré, o MPF decidiu intervir e exigir respostas sobre a situação na região, especialmente no que diz respeito aos direitos à educação e moradia. O procurador regional dos Direitos do Cidadão adjunto, Julio José Araújo Junior, determinou um prazo de 48 horas para que a Secretaria de Patrimônio da União e o gabinete do prefeito do Rio de Janeiro prestem informações sobre a titularidade do terreno onde ocorrem as operações de remoção e demolição.
Além disso, o MPF solicitou esclarecimentos sobre o andamento da regularização fundiária na região, levando em consideração um acordo de cooperação técnica firmado entre os órgãos em 2022. A Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro também foi cobrada a comprovar a legalidade das remoções e possíveis decisões judiciais relacionadas às operações.
Os moradores do Parque União realizaram um protesto na última sexta-feira contra as demolições em andamento na comunidade. Segundo relatos, a ação está sendo conduzida pela Secretaria Municipal de Ordem Pública, com o apoio das polícias Militar e Civil. Os moradores acusam as autoridades de invadir casas sem mandado judicial e alegam abuso de poder durante as operações.
A Polícia Civil, por sua vez, suspeita que as construções na região tenham sido utilizadas para lavagem de dinheiro por organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas. A associação de moradores denunciou remoção de pertences e impactos nas atividades escolares e comerciais da comunidade.
O MPF está atento às denúncias e aguarda os esclarecimentos solicitados às autoridades para determinar os próximos passos em relação às operações no Parque União.