Camilly, que sonhava em se tornar advogada, estava na garupa da motocicleta conduzida por seu namorado, um jovem de 20 anos, quando foi atingida pelo disparo. Essa fatalidade interrompeu precocemente a vida de uma jovem cheia de sonhos e paixões. Seu pai, Sidney dos Santos, de 44 anos, lembra com carinho da filha, que gostava de exibir sua paixão pelo Palmeiras em fotos.
O agente da GCM responsável pelo disparo, Marcelo Teles dos Santos, de 35 anos, alegou que se assustou com barulhos que interpretou como tiros de arma de fogo, levando-o a atirar na direção dos motoqueiros que passavam pela rua. O namorado de Camilly, em seu depoimento, relatou que ouviu o disparo e percebeu que sua companheira havia sido atingida, correndo imediatamente em busca de socorro.
A família da jovem obteve vídeos de câmeras de segurança que registraram parte da perseguição da GCM à motocicleta, evidenciando que o relato dos guardas contradiz as imagens. O advogado de defesa de Marcelo Teles dos Santos argumenta que os vídeos são inconclusivos e que outras provas serão apresentadas no momento adequado.
Diante dos fatos, o delegado responsável pelo caso determinou o indiciamento do agente da GCM por homicídio culposo. A eleição municipal se aproxima, e a segurança pública se tornou um dos temas mais discutidos pelos candidatos, levantando questões sobre a atuação da GCM e o aumento do efetivo.
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, garantiu que o episódio está sendo investigado pela Corregedoria Geral da GCM e que a guarda atua de acordo com princípios de respeito à dignidade humana e uso progressivo da força. Enquanto o caso segue em investigação, a família de Camilly encontra-se em luto, clamando por justiça e respostas sobre a tragédia que ceifou a vida de uma jovem cheia de sonhos e esperanças.