Repórter São Paulo – SP – Brasil

Morte de Leonardo Salomão: Artista negro e defensor da religiosidade afro deixa legado de música e cultura africana aos 37 anos.

O Brasil perdeu um dos seus artistas mais talentosos e dedicados, Leonardo Salomão da Silva, que faleceu aos 37 anos de idade. Conhecido por sua ancestralidade do candomblé e por exaltar a religiosidade de matriz africana em suas canções, Leonardo era o vocalista do grupo Edún Àrá Sangô, formado em 2018 por músicos e dançarinos negros de Recife.

Nascido em 12 de janeiro de 1987, Leonardo cresceu no bairro Campina do Barreto, cercado por sua família na comunidade Chão de Estrelas. Desde cedo, a arte esteve presente em sua vida, com seus tios e primos fundando o Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, onde o jovem deu seus primeiros passos como bailarino e músico.

Além de sua carreira musical no Edún Àrá Sangô, Leonardo teve diversas experiências artísticas, incluindo atuações no Balé de Cultura Negra do Recife e em bandas como Abissal e os Caboclos Envenenados. Como educador social em instituições como a Fundação Joaquim Nabuco, ele era reconhecido por tratar seus alunos como filhos e inspirá-los a seguir carreira artística.

Leonardo, que era filho de Xangô e cresceu no candomblé, também era conhecido por seu bom humor e carinho pelos animais. Seu último show foi no Festival Tramas Negras, realizado no Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, no qual ele era diretor musical. Infelizmente, o artista faleceu vítima de um infarto, deixando sua mãe, Maria Diva, e sua esposa, Jacqueline, enlutadas.

A morte de Leonardo Salomão da Silva deixou uma lacuna na cena artística brasileira, mas seu legado de música, dança e educação continuará vivo através daqueles que o conheciam e admiravam sua trajetória de dedicação e paixão pela arte e pela cultura negra.

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