Esses dados foram divulgados nesta terça-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que analisou informações da Rede MapBiomas. Através da combinação de dados de satélites de referência para focos de calor e satélites GOES para visualização de fumaça e anomalias térmicas, foi possível compreender a extensão do problema.
A análise apontou que os principais alvos dos incêndios foram áreas já desmatadas, que já tinham algum tipo de uso. O fogo, nessas situações, provavelmente escapou do local onde iniciou, atingindo então áreas de vegetação nativa. É importante ressaltar que, na última sexta-feira (23), São Paulo registrou mais focos de calor do que toda a Amazônia no mesmo dia, o que demonstra a gravidade da situação.
Imagens de satélite captaram um aumento significativo no número de focos de 25 para 1.886 em um intervalo curto de tempo, além de detectarem colunas de fumaça em apenas 90 minutos. Para Ane Alencar, diretora de Ciência do IPAM, a quantidade de focos em um período tão curto, especialmente em São Paulo, é alarmante e sugere um possível “Dia do Fogo” exclusivo para o estado.
Dentro dos dados levantados, cerca de 44% dos focos de calor em áreas produtivas ocorreram em cultivos de cana-de-açúcar, seguidos por 20% em áreas de “mosaico de usos”, onde a distinção entre pasto e agricultura não é clara. Além disso, menos de 10% dos focos foram em pastagens, e aproximadamente 7,43% foram em áreas de silvicultura, soja, citrus, café e outras lavouras.
Os municípios mais afetados pelos incêndios foram Pitangueiras, Altinópolis, Sertãozinho, Olímpia e Cajuru, que juntos concentraram 13,31% dos focos de calor no estado nos três dias analisados. A situação é preocupante e demanda atenção e ação imediata por parte das autoridades competentes para conter os danos e evitar que novos incêndios ocorram.