Talibã cria Ministério da Virtude e Restrições no Afeganistão, penalizando mulheres e restringindo direitos sob sharia Islâmica

Em 2021, após a saída das forças estrangeiras do Afeganistão, o Talibã criou um Ministério para a Propagação da Virtude e a Prevenção do Vício, estabelecendo seu próprio governo com base na sharia islâmica e suspendendo a constituição anterior. No último dia 21, a Lei de Moralidade foi oficialmente promulgada e publicada, ratificada pelo líder espiritual supremo Hibatullah Akhundzada, com o objetivo de promover o bem e proibir o mal de acordo com as leis islâmicas.

Essas medidas impostas pelo Talibã têm afetado especialmente as mulheres, impondo restrições ainda mais severas aos seus direitos. Mulheres no Afeganistão agora são obrigadas a cobrir o rosto e corpo para evitar “causar tentação”, não podem usar roupas consideradas “atraentes, justas ou reveladoras”, são proibidas de andar desacompanhadas por homens em ônibus, não podem usar cosméticos ou perfumes, têm proibido cantar em público, além de não poderem olhar para homens que não sejam parentes consanguíneos.

Essas regras, que já estavam em vigor, foram intensificadas com a legalização das mesmas, resultando em uma situação de constante medo e abuso para as mulheres afegãs. Desde a retomada do poder pelo Talibã, meninas foram proibidas de frequentar a escola, privando pelo menos 1,4 milhão de adolescentes do ensino médio.

O Talibã afirma respeitar os direitos das mulheres e meninas de acordo com sua interpretação da lei islâmica e dos costumes locais, tratando essas questões como internas e locais. No entanto, as mulheres no país têm se manifestado contra as ações discriminatórias do grupo. Uma dona de casa de Cabul, identificada apenas como Halema, criticou a comunidade internacional por seu silêncio em relação às ações do Talibã, que encoraja a criação de novas leis e restrições diariamente.

Além das restrições impostas às mulheres, a situação de trabalho também é precária, com muitas perdendo seus empregos ou tendo seus salários drasticamente reduzidos desde a ascensão do Talibã ao poder. Mulheres como Nadia, economista sênior do governo, e Lisa, professora universitária, tiveram suas carreiras interrompidas e salários reduzidos significativamente, levando-as a depender da renda instável de familiares.

A situação das mulheres afegãs é descrita como um apartheid de gênero pelo relator especial das Nações Unidas, Richard Bennett. Enquanto as mulheres afegãs vêem seus direitos sendo restringidos e sua liberdade sendo cerceada, a comunidade internacional observa a situação com preocupação, pois os direitos das mulheres não podem ser uma questão local, mas sim um problema universal que requer a atenção e ação de todos.

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