Considerando a capacidade da atmosfera de suportar a carga de gases do efeito estufa para manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC, o estudo também leva em consideração a participação do Brasil nas emissões globais, levando em conta as mudanças no uso da terra promovidas no território nacional. Segundo Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, o cálculo foi feito com base na necessidade do planeta e na capacidade do país de contribuir efetivamente para manter o aumento da temperatura em níveis seguros.
A divulgação dos dados ocorreu durante apresentação da proposta de meta climática do Brasil para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém do Pará. Como parte do Acordo de Paris, o país precisa apresentar a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês) até fevereiro de 2025, avançando em relação ao Balanço Global apresentado na COP28. Apesar dos esforços, o Brasil é o sexto maior emissor de gases do efeito estufa e precisa adotar medidas mais ambiciosas para cumprir as metas estabelecidas.
Além da redução das emissões, os pesquisadores apontam a necessidade de alcançar outras metas, como o desmatamento zero até 2030, a recuperação de milhões de hectares de vegetação nativa, a transição para energias renováveis e práticas agrícolas de baixa emissão, além de uma gestão adequada dos resíduos. O estudo busca conscientizar gestores públicos e a população sobre a importância de agir de forma mais decisiva para combater as mudanças climáticas e garantir um futuro sustentável para o planeta.