Essa dominância se deve à coligação em prol da reeleição do prefeito, que conta com o apoio de 12 partidos. A Justiça Eleitoral distribui o tempo no rádio e na TV com base na representação dos partidos políticos na Câmara, e a chapa de Nunes conta com partidos robustos e uma ampla representação no Congresso, como o MDB, o PL, o PSD e o União Brasil.
Nunes liderar a minutagem do horário eleitoral levanta a questão sobre a relação entre tempo de exposição na mídia e desempenho nas eleições. O histórico mostra que desde 2000, nenhum candidato a prefeito em São Paulo que liderou em minutos de propaganda política ficou de fora do segundo turno. E essa tendência se mantém mesmo diante das mudanças na legislação eleitoral e da influência cada vez maior da internet nas campanhas.
Por outro lado, a ascensão de um concorrente como Pablo Marçal (PRTB), que compensa a falta de tempo na TV com uma forte presença nas redes sociais, mostra como o cenário político está se transformando. A eleição de 2020, por exemplo, foi marcada pela disputa entre Bruno Covas e Guilherme Boulos, onde Boulos tinha apenas 18 segundos de exposição nos blocos diários de propaganda, mas conseguiu chegar ao segundo turno.
Portanto, mesmo com a vantagem do tempo de TV, a eleição em São Paulo se mostra cada vez mais imprevisível e permeada por novas dinâmicas e estratégias de campanha. O equilíbrio entre a exposição tradicional na mídia e a presença online se apresenta como um desafio para os candidatos, tornando o desfecho eleitoral ainda mais incerto.
