De acordo com Nogueira, cerca de 59 mil hectares de áreas plantadas com cana foram atingidas pelos incêndios, o que irá resultar em uma queda significativa na produtividade. A Orplana estima que a produtividade nessas áreas pode cair de mais de 100 quilos por hectare para aproximadamente 40 quilos por hectare. Essa redução na produtividade se soma a um cenário já desfavorável, com uma quebra de 30% na temporada 2024/25, que agora pode chegar a 60% devido aos danos provocados pelas queimadas.
Além do impacto direto na produtividade, a deterioração da cana após o fogo também preocupa, conforme explicou Nogueira. Ele ressaltou que a cana queima começa a deteriorar após alguns dias, o que compromete ainda mais a capacidade de colheita e a qualidade da cana moída, resultando em prejuízos financeiros ainda maiores para os produtores.
O CEO da Orplana informou que foram registrados 305 novos focos de incêndio no último sábado, consolidando um cenário alarmante. As condições climáticas, com umidade relativa do ar extremamente baixa e altas temperaturas, contribuíram para a propagação rápida dos incêndios, que tiveram suas principais ocorrências nas regiões de Olímpia e São José do Rio Preto.
Diante desse cenário, a Orplana está colaborando com o governo estadual em um gabinete de crise para conter os incêndios, mobilizando recursos como caminhões-pipa. Nogueira ressaltou a importância de um plano de ação estruturado para lidar com as queimadas, citando modelos internacionais de países como Portugal e Califórnia que poderiam servir de inspiração.
O CEO da Orplana destacou ainda que a combinação de fatores climáticos e práticas humanas imprudentes tem contribuído para a intensificação dos incêndios. Ele ressaltou a importância da conscientização e de medidas de prevenção para evitar tragédias como as que atualmente afetam os canaviais do Estado de São Paulo.