O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, demonstrou preocupação com a situação. Em sua conta em uma rede social, Tedros afirmou que a entidade e seus parceiros estão trabalhando intensamente para coletar e testar amostras do paciente em um laboratório credenciado na região. O sequenciamento genômico confirmou que o vírus está ligado à variante do poliovírus tipo 2, detectada em amostras de águas residuais coletadas em junho em Gaza.
A criança infectada apresentou paralisia na perna esquerda, mas seu estado de saúde é considerado estável. Para evitar a propagação do vírus, estão sendo planejadas duas rodadas de vacinação contra a poliomielite nas próximas semanas, coordenadas pelo Ministério da Saúde Palestino, OMS e Unicef.
A OMS fez um apelo por uma trégua humanitária em Gaza para permitir a realização das campanhas de vacinação. A entidade destacou a importância de pausas nos combates para que crianças e famílias tenham acesso às unidades de saúde e possam ser imunizadas contra a poliomielite. A expectativa é que mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos recebam a vacina oral durante as campanhas.
O ressurgimento da poliomielite em Gaza representa uma ameaça para as crianças da região e países vizinhos, alertou a OMS. A cobertura vacinal na região foi fortemente afetada pela escalada dos conflitos, o que aumenta o risco de disseminação do vírus. A organização ressaltou a importância de alcançar uma cobertura vacinal de pelo menos 95% para interromper a propagação da doença.