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Bacia do Amazonas enfrenta a pior seca em décadas, com rios atingindo mínimas históricas e comunidades indígenas isoladas

A Bacia do Amazonas, considerada a maior bacia hidrográfica do mundo, está enfrentando um cenário crítico este ano, de acordo com alertas de vazante divulgados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). A região, que já registrou mínimas históricas nos rios em 2010 e 2023, pode enfrentar uma situação ainda mais grave em 2024.

Segundo informações do SGB, o rio Solimões, que passa por 13 municípios do Amazonas, tem a maior probabilidade de atingir níveis recorde de seca. Em Tabatinga (AM), por exemplo, existe uma chance de 65% de o corpo hídrico alcançar um nível abaixo do menor já registrado, que foi de -86 cm em 2010.

A pesquisadora Jussara Cury, do SGB, explicou que o rio Solimões está passando por um processo de intensificação das descidas, com níveis considerados muito baixos para essa época em alguns locais, como Tabatinga. Outros rios da região, como o Purus e o Negro, também estão em situação de alerta, com chances de redução abaixo das mínimas históricas registradas em anos anteriores.

Além do impacto nos níveis dos rios, a seca na região da Bacia do Amazonas tem causado isolamento em comunidades indígenas e ribeirinhas, além de ocorrências como deslizamentos de terra em margens de cursos d’água. No ano passado, a seca dos rios também resultou na morte de centenas de botos na cidade de Tefé, devido à baixa do nível da água e à temperatura elevada do lago.

Diante desse cenário, o gerente de hidrologia e gestão territorial da Superintendência Regional de Manaus, André Martinelli, ressaltou a importância da informação para o planejamento e investimento em ações de enfrentamento a eventos extremos. A situação na Bacia do Amazonas merece atenção e medidas urgentes para minimizar os impactos da seca na região.

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