Seca extrema atinge mais da metade dos municípios brasileiros, revela monitoramento do governo federal. Expectativa é de agravamento em agosto.

Mais da metade dos municípios brasileiros enfrentam condições severas de seca neste mês de julho. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mais de mil cidades estão sofrendo com a estiagem, que varia de moderada a extrema. O monitoramento aponta que 404 cidades estão vivendo uma seca extrema, enquanto 1.361 enfrentam uma seca severa e 1.068 estão em situação de seca moderada. Comparado a junho, houve um agravamento da situação, com um aumento significativo no número de municípios com seca extrema e severa.

No entanto, a previsão para o mês de agosto não é animadora. Especialmente nos estados da região Norte, Centro-Oeste e Sudeste, a estiagem deve se intensificar, impactando principalmente Amazonas, Acre, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. A seca, fenômeno que atinge o Brasil oficialmente desde o século 19, tem se tornado mais recorrente e intensa nas últimas décadas, principalmente devido às mudanças climáticas.

Recentemente, um novo fenômeno chamado secas-relâmpago tem despertado a atenção dos pesquisadores, por sua rapidez e impacto devastador. Condições como redução de chuvas, altas temperaturas, baixa umidade do solo e demanda evaporativa elevada contribuem para o surgimento dessas secas repentinas. O pesquisador brasileiro Humberto Barbosa tem desenvolvido um sistema de inteligência artificial para prever esses fenômenos, visando mitigar seus impactos.

No entanto, mesmo com os esforços de Barbosa e sua equipe, as secas-relâmpago devem se intensificar nas próximas décadas, especialmente na bacia do rio São Francisco, devido ao aquecimento global. A região do semiárido brasileiro, historicamente afetada pela escassez hídrica, será uma das mais impactadas. A pesquisa realizada no Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas visa expandir as previsões para todo o território nacional, combinando dados como temperatura, transpiração do solo e umidade do solo para treinar a inteligência artificial.

Diante do cenário crítico esperado para os próximos meses, com risco de tempestades de areia e aumento de incêndios, é fundamental atentar para as previsões climáticas e tomar medidas preventivas. A seca, tanto no Amazonas quanto no Sudeste e Centro-Oeste, apresenta desafios distintos, mas todos conectados às mudanças climáticas e ao aquecimento global. A busca por soluções inovadoras, como a inteligência artificial de Barbosa, se torna essencial para enfrentar os desafios impostos por esses fenômenos climáticos cada vez mais recorrentes e devastadores.

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