Repórter São Paulo – SP – Brasil

Impacto do desmatamento e das queimadas na Flona do Tapajós: um alerta para a biodiversidade amazônica.

A BR-163 no km 92, em Belterra, no oeste do Pará, apresenta uma divisão clara entre a beleza natural da Floresta Nacional do Tapajós e os extensos pastos de soja e milho. No entanto, ao adentrar na Floresta Nacional, percebe-se um cenário de degradação preocupante.

Neste trecho, a vegetação da Flona do Tapajós, apesar de densa, não possui mais árvores centenárias e frutíferas, afastando a fauna característica do bioma amazônico. A ausência de grandes árvores impede que macacos e aves se locomovam ou construam seus ninhos, tornando a região desprovida dos sons naturais da vida selvagem.

A situação se agrava com a seca causada pela falta de sombra, resultando em um solo exposto que não favorece o desenvolvimento de plantas sensíveis ao calor. A Flona do Tapajós tem sido alvo de diversas temporadas de fogo, promovendo uma degradação intensa e comprometendo o ecossistema local.

Segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a quantidade de focos de calor na Amazônia aumentou em 82% em relação ao ano anterior. Esse cenário preocupa os cientistas, que alertam para os riscos de uma possível savanização da floresta em decorrência do desmatamento e das queimadas.

A cientista Erika Berenguer, da Universidade de Oxford, destaca que a ação do fogo tem impactado diretamente a biodiversidade e o ciclo natural de recuperação da região. A presença de embaúbas, espécie que se desenvolve mais facilmente em áreas degradadas, indica o estado crítico em que se encontra a Flona do Tapajós.

O controle do desmatamento e das queimadas se torna fundamental para a preservação da Floresta Amazônica. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressalta a importância de políticas de restauração e conservação para evitar a degradação irreversível do bioma.

Diante desse cenário, a atuação de órgãos como o ICMBio e o Ibama se mostra imprescindível para combater a extração ilegal de madeira e os incêndios criminosos na região. É fundamental um esforço conjunto para proteger a biodiversidade e conter os impactos do desmatamento e das queimadas na Amazônia.

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