O principal autor do relatório, Francisco Delgado, destacou que a área de afundamento está localizada na parte sudoeste da planície de sal, onde as mineradoras de lítio operam. Ele explicou que o bombeamento de salmoura rica em lítio está ocorrendo em um ritmo mais acelerado do que a recarga dos aquíferos, gerando o movimento vertical descendente da superfície da Terra, conhecido como subsidência.
Os dados foram coletados por satélites da constelação SAOCOM-1 da Comissão Nacional de Estudos Espaciais da Argentina, utilizando radar interferométrico de abertura sintética. O Chile é o segundo maior produtor de lítio do mundo e o Salar do Atacama possui uma das maiores reservas desse metal.
No entanto, a mineração de lítio tem gerado preocupações entre as comunidades nativas da região, que temem a escassez de água doce e salmoura rica em lítio, essenciais para a vida selvagem e as pessoas. As autoridades ambientais acusaram as empresas SQM e Albemarle, responsáveis pela extração de lítio, de possíveis irregularidades e pretendem adotar a Extração Direta de Lítio (DLE) como alternativa mais sustentável.
A DLE consiste em reinjetar a água subterrânea após a extração do lítio, porém a tecnologia ainda está em fase de testes. Recentemente, a SQM fez parceria com a estatal chilena do cobre, Codelco, visando expandir a produção de lítio no país.
Diante desse cenário preocupante, é essencial que a indústria de lítio no Chile adote práticas mais sustentáveis para preservar o meio ambiente e garantir a disponibilidade de recursos hídricos para as gerações futuras. A proteção do Salar do Atacama e de suas comunidades é fundamental para garantir um desenvolvimento equilibrado e responsável.
