Estudo mostra que combinação de políticas públicas é crucial para redução eficaz das emissões de gases de efeito estufa.

Um estudo realizado por um time internacional de cientistas revelou que a maioria das políticas públicas lançadas para frear o aquecimento global não tem alcançado resultados significativos. Com a análise de mais de 1.500 iniciativas climáticas de 41 países em 6 continentes ao longo de duas décadas, os pesquisadores classificaram o panorama como “preocupante”.

Os cientistas utilizaram dados do banco de políticas climáticas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em setores-chave como construção, eletricidade, indústria e transporte. Através de um sistema de aprendizado por máquina, foram identificadas 69 reduções significativas de emissões, das quais 63 estavam relacionadas com a implementação de políticas públicas em conjunto.

Segundo Annika Stechemesser, coautora do estudo, os casos de sucesso fornecem insights valiosos sobre combinações eficazes de políticas públicas. Uma das estratégias mais comuns entre as ações eficazes foi a inclusão de incentivos fiscais e de preços. No entanto, a eficácia das iniciativas variou entre setores e países.

No caso do Brasil, foi identificado apenas um exemplo de sucesso no setor elétrico, atribuído a esquemas de leilão para energias renováveis. Essa medida resultou em uma redução de cerca de 19,05% nas emissões entre 2013 e 2019. Os especialistas ressaltaram que a combinação adequada de políticas é fundamental para alcançar resultados significativos, destacando a importância de instrumentos baseados em preços, como impostos sobre carbono e energia.

O estudo também apontou que a regulação foi a ferramenta mais eficaz em economias em desenvolvimento para diminuir as emissões, muitas vezes combinada com outras medidas como subsídios. A ideia dos pesquisadores é que essas descobertas possam auxiliar os países na adoção de estratégias mais eficientes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global.

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