Uma das situações mencionadas por Letícia foi a prática das seguradoras em descredenciar serviços e unidades em massa como forma de camuflar o cancelamento dos contratos. Segundo ela, essa estratégia indica que as operadoras têm interesse em trabalhar apenas com suas redes próprias, prejudicando os usuários mais vulneráveis.
Durante a audiência, também foi relatado o caso de uma mulher idosa que, mesmo pagando cerca de R$ 5 mil mensais pelo seu plano de saúde, foi surpreendida ao buscar atendimento no Pronto Socorro e descobrir que a unidade havia sido descredenciada. A situação evidenciou a falta de transparência e respeito com os usuários por parte das operadoras.
Além disso, Lucas Andrietta, coordenador do Programa de Saúde do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), e mães de autistas presentes na audiência, destacaram o aumento das queixas relacionadas ao cancelamento unilateral de planos de saúde. Esse cenário levou à solicitação da criação de uma CPI na Câmara para investigar essas práticas abusivas.
A crítica à omissão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também foi abordada durante a audiência. Os participantes ressaltaram a falta de fiscalização efetiva da agência reguladora e a dificuldade dos consumidores em realizar reclamações. A expectativa é que a ANS atue de forma mais incisiva para garantir o cumprimento das normas e a proteção dos consumidores.
Diante de relatos tão graves, o senador Flávio Arns se comprometeu a reunir as informações em um documento e cobrar respostas da ANS. A intenção é pressionar a agência reguladora e as operadoras a agirem de acordo com a legislação vigente e a respeitar os direitos dos consumidores. A situação dos cancelamentos unilaterais de planos de saúde, especialmente os coletivos, se tornou um tema urgente que requer medidas efetivas por parte das autoridades competentes.