Repórter São Paulo – SP – Brasil

Senado quer permitir instalação de clubes de tiro perto de escolas, em meio a aumento de mortes violentas por armas de fogo

No Brasil, um país onde a violência ceifou a vida de 46.328 pessoas de forma violenta em 2023, a atitude do Senado Federal surpreende ao priorizar a votação de um projeto que permite a instalação de clubes de tiro próximos às escolas. Em meio a um cenário alarmante, onde mais de 70% das mortes violentas são causadas por armas de fogo, a urgência dada a esse projeto suscita questionamentos sobre as prioridades legislativas do país.

Na última terça-feira (20), os senadores aprovaram o pedido de urgência para votar o PDL (projeto de decreto legislativo) que busca revogar partes do decreto de armas do governo Lula. Além do impacto negativo desse projeto no combate à violência, ele também levanta preocupações sobre a tranquilidade e segurança nas proximidades das escolas. O barulho constante de tiros em clubes de tiro pode ser perturbador, como no caso da cidade gaúcha de Santo Augusto, que proibiu a instalação desses clubes a menos de 3 km das instituições de ensino devido a reclamações da população.

Outros pontos polêmicos do projeto incluem a flexibilização dos critérios para colecionamento de armas de fogo, permitindo uma possível brecha para aquisição de armamentos sem o devido controle. Além disso, a inclusão de armas de gás comprimido, que podem ter potencial lesivo superior a armas de fogo, e a eliminação do requisito da habitualidade para tiro desportivo são aspectos que geram preocupação.

Diante desse contexto preocupante, a atitude dos senadores em aprovar um projeto que coloca em risco a segurança das crianças em todo o país representa uma escolha questionável. Em um período onde 3 em cada 10 crianças são vítimas de mortes violentas causadas por armas de fogo, a decisão do Senado Federal em permitir a proximidade de clubes de tiro com as escolas é um retrocesso preocupante para a sociedade brasileira.

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