Região Sudeste registra maior índice de roubos de carga no país, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A Região Sudeste do Brasil tem sido palco do maior número de roubos de carga no país, de acordo com os dados do primeiro semestre deste ano. Com um total de 80,6% dos prejuízos a nível nacional, a região concentrou-se principalmente nas cargas diversas e nos gêneros alimentícios. No mesmo período de 2023, a região liderou com 82,8% das ocorrências.

Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais se destacaram no primeiro semestre de 2024, com 47,2%, 18,7% e 14,2% dos prejuízos, respectivamente. Esses estados têm liderado o ranking de roubos de carga nos últimos anos devido à grande circulação de mercadorias e ao concentrado Produto Interno Bruto (PIB) na região. Juntos, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais representaram 81,4% do total de prejuízos na região Sudeste durante os primeiros seis meses de 2024.

Um relatório divulgado pela nstech, plataforma de soluções tecnológicas para logística, revelou que as perdas por roubos de carga custaram ao mercado brasileiro entre R$ 1,3 bilhão e R$ 1,5 bilhão anualmente na última década. A nstech implementou um sistema de monitoramento de roubos de cargas para grandes empresas transportadoras e embarcadoras, visando prevenir essas ocorrências.

O vice-presidente de Inteligência de Mercado da nstech, Maurício Ferreira, explicou que a Região Sudeste tem sido alvo devido à presença de quadrilhas organizadas especializadas nesse tipo de crime. São Paulo, em particular, é apontado como um dos locais de maior risco devido à facilidade de escoamento da carga roubada. O monitoramento revelou que as madrugadas e noites foram os períodos mais críticos para os roubos, representando 58,9% dos prejuízos.

Além disso, o relatório destacou que as cargas de maior valor agregado são frequentemente roubadas durante a madrugada, após as 22h, enquanto as cargas de baixo valor agregado são alvo de roubos entre 6h e 12h, durante o volume intenso de entregas. As quadrilhas têm preferência por agir em postos de gasolina para evitar rastreamento, utilizando estratégias mais complexas.

As áreas urbanas, em especial as do Rio de Janeiro e São Paulo, foram as mais afetadas pelos roubos de carga. A rodovia BR-116, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, se destacou como a mais vulnerável, representando 19% dos prejuízos com carga diversa/fracionada. Em contrapartida, a BR-050, que liga Brasília a Santos, apresentou uma redução nas incidências de roubos em 2024. A cidade do Rio de Janeiro liderou os registros de roubos de carga, superando a capital paulista.

Os esforços para combater esses crimes continuam sendo uma prioridade para as autoridades e empresas envolvidas no transporte de cargas, visando reduzir os prejuízos e garantir a segurança e integridade das operações logísticas.

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