Esse é o maior número de candidaturas únicas das últimas sete eleições, desde o início da série histórica em 2000. A CNM aponta que as dificuldades enfrentadas por candidatos em pequenas cidades são um dos principais motivos para essa situação. A falta de recursos financeiros, de apoio técnico, questões burocráticas e entraves jurídicos tornam a vida pública nas pequenas localidades bastante desafiadora.
Com uma média populacional de 6,7 mil habitantes, os estados com maior número de candidaturas únicas são Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso. No entanto, o total de candidaturas nesta eleição teve uma queda de 20%, passando de 19,3 mil em 2020 para 15,4 mil em 2024.
Além disso, o levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) revelou que o número de municípios com até dois candidatos ao cargo de prefeito aumentou significativamente. Enquanto em 2020 eram 38% dos municípios, agora 53% contam com até dois candidatos disputando a prefeitura.
A assessora política do Inesc, Carmela Zigoni, destacou que essa falta de opção para os eleitores pode comprometer a diversidade de ideias e propostas políticas para a melhoria das cidades. Mesmo com um cenário de polarização entre esquerda e direita em níveis estadual e federal, nas disputas municipais essa divisão não é tão evidente.
Por outro lado, a CNM aponta que a maioria dos candidatos únicos são homens brancos, de partidos ligados à direita, com ocupações como prefeito, empresário e agricultor. Partidos como MDB, PSD e PP dominam as candidaturas únicas, enquanto PT e PL têm presenças menos expressivas nesse cenário. Em meio a esse panorama, a população terá um desafio pela frente ao escolher seus representantes em um contexto que limita as opções nas urnas.