Moradores protestam contra loteamento e corte de árvores no Bosque dos Salesianos, na Lapa, zona oeste de São Paulo.

Nesta quarta-feira (21), um grupo de moradores da Lapa, zona oeste paulistana, realizou uma manifestação contra o loteamento e o corte de árvores do Bosque dos Salesianos, que antes pertencia à Unisal e foi vendido para a incorporadora Tegra por cerca de R$ 95 milhões.

Os moradores, liderados por Leonardo Merigue, expressaram sua insatisfação com a decisão dos Salesianos de vender o terreno, utilizando até mesmo uma frase do Papa para destacar a importância da preservação da natureza. O grupo, composto por aproximadamente 20 pessoas, se reuniu às 13h na rua Pio 11 para protestar, carregando cartazes com dizeres como “salve o bosque”. Além disso, organizaram um abaixo-assinado online que já conta com mais de 11 mil assinaturas.

A área vendida para a Tegra compreende a parte aberta do jardim, que abriga árvores com mais de 30 metros de altura. Enquanto o prédio do seminário ainda pertence aos Salesianos, a incorporadora afirma que está em conformidade com a legislação vigente, seguindo um programa de compensação ambiental determinado pelos órgãos competentes.

A Prefeitura de São Paulo emitiu um Alvará de Execução de Edificação Nova para o empreendimento, mas há um pedido de manejo arbóreo em análise para emissão de Termo de Compensação Ambiental. Os moradores alegam que o Bosque Salesiano é um patrimônio ambiental e buscam impedir qualquer intervenção, citando um decreto de 1989 que declara imunes ao corte diversas árvores em São Paulo.

O movimento pretende tombar o bosque e destaca a importância da preservação ambiental em meio a um cenário de crescimento urbano desenfreado. Apesar das tentativas de diálogo com os Salesianos, a prefeitura e a Tegra, os moradores afirmam que têm encontrado dificuldades e já encaminharam uma denúncia ao Ministério Público.

A incorporadora Tegra garante que seu projeto segue as leis ambientais e respeita a comunidade local, mas a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente aplicou uma multa de R$ 80 mil por manejo arbóreo sem autorização. A polêmica envolvendo o Bosque dos Salesianos evidencia os conflitos entre o desenvolvimento urbano e a preservação da natureza, trazendo à tona a importância do planejamento sustentável e do equilíbrio entre progresso e conservação ambiental.

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