Repórter São Paulo – SP – Brasil

Estudantes da Uerj ocupam prédio principal em protesto contra cortes nos programas de auxílio permanência da instituição.

Estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) promoveram uma ocupação no pavilhão João Lyra Filho, prédio principal do campus Maracanã, na zona norte do Rio de Janeiro, na noite de terça-feira (20). O grupo bloqueou os acessos ao espaço em protesto contra cortes e mudanças nos programas de auxílio permanência da instituição, que já vinham sendo contestados desde o fim de julho, quando a reitoria foi ocupada.

A Uerj cancelou todas as atividades no campus ocupado, alegando que os alunos utilizaram seus corpos de maneira “ostensiva e agressiva” para entrar no prédio. A situação se agravou quando os estudantes surgiram em uma sessão do conselho universitário e tentaram impedir a saída dos funcionários, resultando em agressões a três pessoas, incluindo um conselheiro, um membro da equipe da reitoria e um graduando em pedagogia, que teria sido atacado por um professor, segundo relato do movimento estudantil.

A Uerj negou a informação e afirmou que a agressão foi ao docente, destacando a gravidade das cenas de violência na universidade. Os coletivos que protestam na instituição ressaltaram a importância da democracia e da proteção aos estudantes em situação de vulnerabilidade.

As manifestações na Uerj têm se intensificado, com episódios de bloqueio das entradas do campus e confrontos com seguranças, evidenciando a insatisfação dos alunos com os cortes e mudanças nos programas de auxílio. A universidade explicou que enfrenta dificuldades para obter os recursos necessários e que as bolsas foram criadas de forma emergencial durante a pandemia, mas precisam ser revisadas devido à insuficiência orçamentária.

Com as reformas, cerca de 1.400 alunos podem perder o amparo da universidade. As negociações entre a reitoria e os estudantes estão emperradas, com os manifestantes exigindo a revogação das medidas adotadas. A reitora da Uerj, Gulnar Azevedo e Silva, argumentou que a falta de recursos para custeio das bolsas poderia colocar a universidade em risco.

Diante do impasse, a universidade se mostrou aberta ao diálogo, enquanto os manifestantes seguem firmes em sua postura de não negociar. A situação na Uerj reflete um cenário de tensão e mobilização estudantil em defesa dos direitos e da permanência na instituição de ensino.

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