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Professor do Colégio Rio Branco preso por estupro de vulnerável no interior de SP após denúncias de ex-alunos

No ano de 2002, um vídeo foi gravado mostrando o professor Carlos Veiga Filho conversando com alunos do Colégio Rio Branco sobre as novidades para a monitoria da escola. O clima era de animação e comemoração dos resultados de uma viagem de formatura, com o professor incentivando o engajamento das futuras gerações de estudantes no programa. Ao final do vídeo, sob gritos e aplausos dos adolescentes, Veiga Filho anunciou os chefes do ano seguinte.

Entretanto, em 11 de junho de 2024, Carlos Veiga Filho, de 61 anos, foi preso em Hortolândia, interior de São Paulo, sob a acusação de estupro de vulnerável. Segundo a Justiça, ele teria mantido relações sexuais com três menores de 14 anos no apartamento e nas dependências da escola em que trabalhava. Sua defesa nega as acusações, alegando que ele nunca cometeu nenhum crime em seus mais de 30 anos de carreira como professor.

Após a prisão, ex-alunos do Colégio Rio Branco relataram casos de abuso em reportagens exibidas no programa Fantástico, da TV Globo, e na revista piauí. A primeira audiência do caso está marcada para 20 de agosto de 2024, em Serra Negra, e o promotor de Justiça, Gustavo Pozzebon, afirma que parte das acusações pode estar prescrita.

Relatos de ex-alunos revelaram a existência de rituais de masturbação para integrar as chefias de monitoria e denúncias ao colégio nos anos 1990. Além disso, um ex-aluno que participou de um desses rituais afirmou ter demorado anos para perceber que havia sido vítima de abuso. Ele relata que o batismo para virar “monitor sênior” incluía práticas constrangedoras, como se despir e fotografar nu.

Outro ex-aluno revelou que, ao denunciar um comportamento inadequado de Veiga Filho na escola, nenhuma providência foi tomada pelas autoridades da escola. Atualmente, após a publicação das reportagens, o Colégio Rio Branco intensificou seu trabalho de prevenção e busca oferecer suporte aos alunos para denúncias de situações anormais dentro e fora da instituição.

Os relatos sobre o caso de Carlos Veiga Filho servem como um alerta para outras possíveis vítimas que possam ter sofrido abusos no passado e ainda não denunciaram. Mesmo que alguns crimes já estejam prescritos, a mudança na lei em 2012 ampliou o prazo de prescrição para crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes, possibilitando que vítimas denunciem mesmo anos após os fatos terem ocorrido.

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