Entretanto, em 11 de junho de 2024, Carlos Veiga Filho, de 61 anos, foi preso em Hortolândia, interior de São Paulo, sob a acusação de estupro de vulnerável. Segundo a Justiça, ele teria mantido relações sexuais com três menores de 14 anos no apartamento e nas dependências da escola em que trabalhava. Sua defesa nega as acusações, alegando que ele nunca cometeu nenhum crime em seus mais de 30 anos de carreira como professor.
Após a prisão, ex-alunos do Colégio Rio Branco relataram casos de abuso em reportagens exibidas no programa Fantástico, da TV Globo, e na revista piauí. A primeira audiência do caso está marcada para 20 de agosto de 2024, em Serra Negra, e o promotor de Justiça, Gustavo Pozzebon, afirma que parte das acusações pode estar prescrita.
Relatos de ex-alunos revelaram a existência de rituais de masturbação para integrar as chefias de monitoria e denúncias ao colégio nos anos 1990. Além disso, um ex-aluno que participou de um desses rituais afirmou ter demorado anos para perceber que havia sido vítima de abuso. Ele relata que o batismo para virar “monitor sênior” incluía práticas constrangedoras, como se despir e fotografar nu.
Outro ex-aluno revelou que, ao denunciar um comportamento inadequado de Veiga Filho na escola, nenhuma providência foi tomada pelas autoridades da escola. Atualmente, após a publicação das reportagens, o Colégio Rio Branco intensificou seu trabalho de prevenção e busca oferecer suporte aos alunos para denúncias de situações anormais dentro e fora da instituição.
Os relatos sobre o caso de Carlos Veiga Filho servem como um alerta para outras possíveis vítimas que possam ter sofrido abusos no passado e ainda não denunciaram. Mesmo que alguns crimes já estejam prescritos, a mudança na lei em 2012 ampliou o prazo de prescrição para crimes sexuais cometidos contra crianças e adolescentes, possibilitando que vítimas denunciem mesmo anos após os fatos terem ocorrido.