Presidente do Banco Central espera sucessor julgado por decisões técnicas, não pela cor da camisa

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, concedeu uma entrevista ao jornal O Globo e fez declarações polêmicas sobre a escolha de seu sucessor na autarquia. Campos Neto expressou sua preocupação em relação ao julgamento que seu substituto poderia sofrer com base em questões políticas e não técnicas.

Durante a entrevista, o banqueiro central destacou a importância de que as decisões do próximo presidente do BC sejam avaliadas com base em critérios técnicos e não em sua relação com o governo atual. Ele ressaltou que a cor da camisa utilizada na hora de votar ou as reuniões e jantares que o sucessor participar não devem ser fatores determinantes para sua análise.

Campos Neto também fez uma autocrítica em relação à sua própria conduta durante as eleições de 2022, quando votou usando uma camiseta amarela da Seleção Brasileira. O presidente do BC admitiu que, hoje, teria agido de forma diferente, mas destacou que sua atuação ao longo do tempo no Banco Central é que deve ser considerada para avaliar sua gestão.

Além disso, o banqueiro central afirmou que nunca discutiu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, a possibilidade de assumir um cargo de ministro em seu eventual governo. Campos Neto ressaltou que todas as conversas com Tarcísio foram relacionadas à amizade pessoal e que a especulação sobre sua entrada no governo foi distorcida.

Diante dessas declarações, fica evidente a preocupação de Campos Neto em garantir a independência e autonomia do Banco Central, destacando a importância das decisões técnicas e não políticas na condução da instituição.

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