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Disputa pelo nome: Zé Celso ou Abravanel? Debate aquece sobre batismo do Parque do Rio Bixiga em São Paulo

Recentemente, a cidade de São Paulo foi palco de uma intensa discussão sobre o futuro do parque do Rio Bixiga, localizado no centro da metrópole. O debate foi reacendido após a morte de Silvio Santos, proprietário e apresentador do SBT, reavivando antigas polêmicas em torno do espaço.

Uma audiência realizada na sede do Ministério Público estadual reuniu representantes da prefeitura, da academia e da sociedade civil para discutir o projeto do parque e o possível nome que será dado a ele. Ficou evidente que a construção do espaço enfrentará uma série de obstáculos, como a viabilidade de destampar o rio que passa por baixo do terreno e a instalação de um canteiro de obras da linha 19-Celeste do metrô ao lado do parque.

Um dos pontos mais sensíveis da discussão é a valorização dos imóveis no entorno do parque e a preocupação com a possível expulsão de moradores de baixa renda da região. Além disso, a questão do nome do parque se mostrou um tema de divergência entre os vereadores da Câmara Municipal. Enquanto alguns propõem homenagear o diretor Zé Celso, defensor da criação do parque, outros querem que o espaço seja nomeado em homenagem a Silvio Santos.

A disputa entre Zé Celso e Silvio Santos pelo terreno vizinho ao Teatro Oficina, ao longo de mais de 40 anos, ilustra a complexidade do tema. A sociedade civil defende veementemente que o nome do diretor teatral seja escolhido para batizar o parque, enquanto a oposição no Legislativo evita pautar a discussão, prevendo que o nome de Silvio Santos ganhará força após sua morte.

A arquiteta Marília Piraju, integrante da equipe do Teatro Oficina, apresentou durante a audiência propostas históricas para o parque, que incluíam a urbanização e conexão com equipamentos culturais do bairro. Especialistas alertam para a necessidade de planejar a drenagem do bairro e garantir a permanência dos moradores tradicionais.

A eleição de um conselho gestor do parque está prevista para 2025, e a Prefeitura de São Paulo anunciou a realização de um concurso público para escolher o projeto do parque. O investimento de R$ 65 milhões, fruto de um acordo entre a Uninove e a Promotoria de Justiça, também será crucial para o desenvolvimento do espaço. A controvérsia em torno do parque do Rio Bixiga certamente continuará a despertar debates e reflexões sobre o futuro da cidade de São Paulo.

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