Durante uma entrevista à emissora estatal VTV, Maduro reforçou a soberania da Venezuela como um país independente, com uma Constituição e instituições que regem seus processos eleitorais. Ele destacou que os conflitos existentes na Venezuela devem ser resolvidos pelos venezuelanos, conforme as leis e a Constituição do país.
Diante das posições críticas dos presidentes do Brasil, Colômbia, México e Estados Unidos em relação à eleição venezuelana, Maduro afirmou que não responde a diplomacias por meio de microfones, ressaltando que cada país é responsável por lidar com seus assuntos internos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente colombiano, Gustavo Petro, ainda não reconheceram a vitória de Maduro, solicitando a divulgação dos dados detalhados por mesa de votação. Por sua vez, o presidente mexicano López Obrador declarou que aguardará a decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, que está conduzindo uma perícia no material eleitoral.
Enquanto isso, os Estados Unidos reconheceram a vitória do opositor Edmundo González e pediram uma transição pacífica. Maduro aproveitou para relembrar as acusações de fraude nas eleições dos Estados Unidos em 2020 e no Brasil em 2022, destacando que cada país deve resolver suas questões eleitorais internamente.
O questionamento sobre a reeleição de Maduro surge devido à falta de divulgação dos dados por mesa de votação pelo Poder Eleitoral venezuelano e à suspensão das auditorias previstas após a eleição. Um recurso apresentado pelo governo foi levado à Suprema Corte venezuelana, o que gerou controvérsias sobre uma possível interferência nas competências do CNE (Conselho Nacional Eleitoral). A decisão final sobre esse impasse será divulgada nos próximos dias. A legislação eleitoral venezuelana prevê que o CNE tem 30 dias para publicar os dados oficiais após a proclamação do resultado.