Repórter São Paulo – SP – Brasil

Conselho da OEA aprova resolução sobre eleições na Venezuela e pede transparência nos resultados; Brasil não reconhece vitória de Maduro

O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, em uma decisão unânime, uma resolução sobre a situação política na Venezuela, durante uma reunião realizada na última sexta-feira (16). A resolução foi motivada pelo resultado das eleições presidenciais no país, que deram a vitória ao presidente Nicolás Maduro, mas que não foram reconhecidas pela oposição venezuelana, por organizações internacionais e por diversos países, incluindo o Brasil.

A resolução aprovada pelo Conselho da OEA solicita que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela divulgue rapidamente as atas com os resultados da votação em cada uma das mesas eleitorais, além de realizar uma verificação imparcial dos resultados, com o objetivo de garantir transparência, credibilidade e legitimidade ao processo eleitoral. O texto foi apresentado pelos Estados Unidos e contou com o apoio de países como Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai, República Dominicana, Suriname e Uruguai.

Além disso, a resolução aprovada pela OEA também solicita a preservação de todos os equipamentos utilizados durante as eleições, como as urnas eletrônicas, bem como os votos impressos. O resultado da eleição presidencial na Venezuela foi questionado pela oposição, que acusou o governo de fraudes eleitorais e ataques cibernéticos contra o CNE. Diante das denúncias, o caso foi parar no Tribunal Supremo de Justiça, que iniciou um processo de perícia em todo o material eleitoral.

A OEA reconheceu a participação “substancial e pacífica” do eleitorado venezuelano nas eleições presidenciais e fez um apelo à proteção das instalações diplomáticas e das pessoas que procuram asilo nessas instalações. A entidade também pediu respeito aos direitos humanos, às liberdades fundamentais, à liberdade de reunião e de manifestações pacíficas, e instou todas as partes envolvidas a evitarem condutas que possam agravar a crise política no país.

Nicolás Maduro foi proclamado reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 52% dos votos, enquanto a oposição, liderada por Edmundo González, contesta os resultados e afirma ter provas que indicam a vitória do opositor com cerca de 70% dos votos. A situação política na Venezuela continua sendo motivo de preocupação para a comunidade internacional, que busca uma solução pacífica e democrática para a crise que assola o país.

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