O iceberg A23a, como foi denominado, iniciou sua jornada há 38 anos, em 1986, quando se desprendeu do continente antártico, conforme esperado para icebergs em tempos de mudanças climáticas. No entanto, ao invés de seguir o padrão de deslocamento gradual para águas mais quentes, o A23a ficou preso em uma coluna de Taylor, surpreendendo a comunidade científica.
As colunas de Taylor, fenômeno hidrodinâmico estudado desde o final do século 19, são complexas e desafiadoras. Originadas pela presença de protuberâncias no leito oceânico e influenciadas pela força de Coriolis, que está relacionada à rotação da Terra, as colunas de Taylor tornam a água mais rígida e fazem com que o escoamento contorne as protuberâncias do fundo do mar.
No caso específico do A23a, localizado na região do Pirie Bank, a corrente incidente é um dos ramos da Corrente Circumpolar Antártica, que é influenciada pelos ventos do oceano Austral. A estabilidade do iceberg na coluna de Taylor é influenciada pela dinâmica da corrente, podendo sofrer variações ao longo do tempo.
Embora o A23a permaneça estável em águas geladas, sua fragmentação é inevitável. A expectativa é que, em algum momento, o iceberg escape da coluna de Taylor e seja transportado para oeste. Os cientistas estão atentos a qualquer mudança nesse fenômeno e acompanham de perto a evolução do maior iceberg do mundo e sua interação com a circulação oceânica.
Portanto, o iceberg A23a continua sendo um objeto exemplar para os estudos oceanográficos e representa um desafio científico fascinante que intriga e instiga os pesquisadores a desvendarem os segredos por trás dessa prisão oceânica.