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Produtividade na indústria de transformação tem queda de 1,3% no primeiro trimestre de 2024, aponta pesquisa da CNI.

A produtividade do trabalho na indústria de transformação apresentou uma queda de 1,3% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com os três últimos meses do ano anterior, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira.

Segundo a CNI, a queda na produtividade foi atribuída a um aumento na produção de 1,0% e a um crescimento mais acentuado nas horas trabalhadas de 2,3%. Com esse resultado, a trajetória de alta que vinha sendo observada no ano anterior foi interrompida.

Apesar da retração, a CNI ressaltou que é prematuro afirmar sobre uma reversão de tendência do indicador. A gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, explicou que a estabilidade na produtividade quando medida pelo número de trabalhadores está relacionada à abertura de novos postos de trabalho, o que demanda um período de treinamento e adaptação para que a força de trabalho se torne mais produtiva.

A demanda por bens manufaturados tem crescido de forma consistente nos últimos cinco meses, acumulando uma alta de 5,2% em março de 2024 em comparação com outubro de 2023, segundo a pesquisa da CNI. No entanto, a produção nacional cresceu apenas 1,9% no mesmo período, sendo a demanda atendida principalmente por bens importados.

A expectativa é de que a produção da indústria nacional continue crescendo e que a produtividade se recupere, com a normalização das horas trabalhadas e um crescimento mais acelerado na produção, conforme ressaltou Samantha Cunha.

Em relação ao ano de 2023, a produtividade do trabalho na indústria de transformação teve uma queda de 0,5% em comparação com o ano anterior. Esse é o quarto ano consecutivo de recuo do indicador, que já acumula uma queda de 8,5% em relação a 2019, último ano de alta da produtividade.

A CNI destaca que a demanda interna insuficiente foi um dos principais desafios enfrentados pela indústria ao longo de 2023, impactando cerca de 30% das empresas do setor. A entidade ressalta que a retomada do investimento é essencial para que a produtividade siga uma trajetória de crescimento mais acelerado e sustentado.

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