Repórter São Paulo – SP – Brasil

Sentimento de insegurança afeta adolescentes das periferias de São Paulo, aponta pesquisa global Geas em 2021.

O sentimento de insegurança entre os jovens adolescentes das periferias de São Paulo é uma questão preocupante, de acordo com uma pesquisa realizada em 2021 na zona leste da cidade. Os resultados dessa pesquisa revelaram que o medo e a vulnerabilidade são sentimentos presentes na vida desses jovens, com uma significativa parcela relatando experiências de violência, negligência e falta de proteção.

O estudo, coordenado por professores da Faculdade de Saúde Pública e da Escola de Enfermagem da USP, faz parte do Global Early Adolescent Study (GEAS), uma investigação global liderada pela Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, dos Estados Unidos. O objetivo era compreender o que acontece com os jovens de 10 a 14 anos que vivem em áreas periféricas de diversos países, com foco em questões de gênero e saúde reprodutiva.

Uma das principais conclusões da pesquisa foi a constatação de que a violência parental, a carência financeira e o consumo de álcool ou drogas pelos genitores são fatores que contribuem significativamente para o sentimento de insegurança dos adolescentes. Além disso, a pesquisa levantou questões importantes sobre a formação da identidade de gênero nessa faixa etária e como ela impacta decisões futuras, especialmente em relação à vida sexual e à saúde reprodutiva.

Os resultados da pesquisa também apontaram que, mesmo com um nível razoável de informação sobre questões como HIV e gravidez indesejada, os adolescentes ainda têm lacunas de conhecimento em relação a métodos de prevenção e transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Isso ressalta a importância da educação sexual e do apoio dos profissionais de saúde e educadores para promover uma saúde integral e proteção adequada aos adolescentes.

Diante dessas descobertas, os pesquisadores recomendam a criação de espaços de cuidado específicos para adolescentes nas unidades de saúde, o fortalecimento da presença de profissionais de saúde nas escolas e a colaboração entre diferentes setores para identificar e intervir em casos de violência ou situações de vulnerabilidade. Essas ações visam promover o bem-estar e a segurança dos jovens, garantindo que recebam o apoio necessário para enfrentar os desafios da adolescência.

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