A operação para demolir o condomínio, que era composto por mais de 300 imóveis distribuídos em 41 prédios no Parque União, contou com a participação da Secretaria de Ordem Pública (Seop), Promotoria do Rio de Janeiro, Polícia Civil e Polícia Militar. Engenheiros da prefeitura avaliaram que o valor total do condomínio ultrapassava os R$ 30 milhões.
Destacam-se duas coberturas que chamaram a atenção dos agentes da prefeitura. Uma delas possuía dois andares, acabamento em mármore e porcelanato, além de uma ampla área de lazer com churrasqueira e uma piscina com capacidade para 40 mil litros. A vista privilegiada para o Complexo da Maré e um campo de futebol do Parque União também eram características marcantes desse imóvel.
Na outra cobertura, os agentes encontraram uma jacuzzi, closet, piscina com cascata e churrasqueira. O imóvel ainda possuía escadas iluminadas com lâmpadas de LED e um cômodo no térreo com caixas de vinho e champanhe. A Polícia Civil afirmou que a cobertura de luxo era utilizada por traficantes locais.
As investigações agora se concentram em determinar se essas construções foram feitas com dinheiro proveniente do tráfico de drogas e também se houve crimes ambientais envolvidos. O governador Cláudio Castro, do partido PL, destacou a importância da ação integrada das autoridades para combater aqueles que desafiam o Estado.
A demolição do condomínio será realizada manualmente devido à impossibilidade de entrada de equipamentos no local. A investigação apontou que as obras tiveram início em 2017 e a presença policial na Maré fez com que traficantes locais fugissem para outras comunidades. Em uma operação na Ilha do Governador, a Polícia Militar capturou Luiz Gustavo da Silva Rosa, conhecido como Bicheiro, apontado como envolvido em crimes de tráfico e homicídio na Maré e em Angra dos Reis. Ele tinha um mandado de prisão em aberto.